Reproduzo aqui uma matéria traduzida do site MAR online do Reino Unido.
19 DE FEVEREIRO DE 2019 MAZ WOOLLEY
Por Luciano J. Pavloski
Todo o texto, fotografias e direitos autorais do autor, salvo indicação em contrário.
Até o início da década de 1950, o Brasil não produzia seus próprios carros, ônibus e caminhões. Já havia algumas fábricas, como VW, Ford e General Motors, mas elas apenas montavam modelos importados no Brasil.
Isso começou a mudar em 1956, quando o recém-eleito presidente, Juscelino Kubitscheck, reforçou os planos para a fabricação de automóveis e caminhões no país. No início daquele ano, o primeiro caminhão da Mercedes-Benz foi fabricado no país (um L-312), e o primeiro carro, o Romi-Isetta, também uma versão do ISO / BMW Isetta.
A partir de 1957, a produção nacional cresceu rapidamente com a produção dos caminhões Volkswagen Transporter Bus (Kombi), Ford e General Motors, caminhões Willys-Overland Jeeps e FNM (uma marca local que produzia sob licença caminhões da Isotta Fraschini e carros da Fiat). Desde então, a gama de modelos e marcas produzidas no Brasil cresceu significativamente. Temos fabricantes americanos, europeus e japoneses baseados aqui, além dos pequenos fabricantes locais. Mas antes disso, o Brasil importava carros e caminhões de várias origens, grande parte deles americanos.
Meu pai era dono de um Ford Fairlane Town Sedan 1955, que eu não cheguei a conhecer, mas está presente em dezenas de fotos antigas de família. É também um carro que meu pai se lembra com carinho. Por essas razões eu queria uma como parte da minha coleção de modelos 1:43. No entanto, simplesmente não existe tal modelo na escala 1:43. O que eu encontrei foi o Fairlane de 1956 feito por Ixo, que tem quase o mesmo corpo do modelo de 1955, e um Crown Victoria 1955 feito por Yat Ming, do qual eu pude aproveitar a grade e outras peças. Então comecei meu projeto!
Eu decidi modelar o carro em um momento em que meu pai tinha "atualizado" um pouco mais. Descobri que ele usou as tampas das rodas de uma Simca Jangada (versão brasileira de Simca Marly). Felizmente, esse modelo existe na coleção de carros brasileiros (Ixo). Então eu comprei um só para usar as rodas!
É ótimo ter essa miniatura especial na minha coleção, mas também foi adorável ver a alegria no rosto do meu pai de 87 anos quando ele viu a modelo.
E qual foi o fim do verdadeiro Fairlane?
Bem, na década de 1970 a indústria brasileira tornou-se auto-suficiente até o ponto em que o governo proibiu a importação de veículos. Isso, somado à maior dificuldade de obter peças, tornou os carros importados impopulares, embora muitos fossem superiores aos produzidos no país. Os carros importados até então eram vistos como um “problema”… E então meu pai trocou a bela Fairlane 1955 por um terreno e adquiriu um Ford Corcel de 1974, um modelo genuinamente brasileiro. Mas essa é outra história, para o dia em que eu reproduzir esse carro também em 1: 43 ...
Editor: Luciano é um colecionador modelo em escala 1:43 do Brasil e este é seu primeiro artigo para o MAR Online. Esperamos que ele escreva mais artigos sobre coletas de modelos do ponto de vista brasileiro no futuro.
Podia ter me pedido o original em português via facebook, mas tá valendo kkk